Sobre todos os amores

Às vezes sou bastante indecisa diante de certas situações. Fico em dúvida sobre qual resposta colocar na prova de matemática, qual ônibus pegar pra chegar mais rápido pra escola, o jeito de lidar com os sentimentos. O resultado da prova de matemática e o tempo que dura o percurso da escola são fáceis de lidar. Pra prova de matemática existe a recuperação. Pro trajeto mais longo existe um atraso insignificante. Agora pros sentimentos nada facilita. Qualquer escolha trás consequências.
Esses dias enquanto caminhava em uma rua perto do trabalho esbarrei com um cara que me ganhou pela conversa. Mas já esbarrei com outros caras que me conquistaram pelo charme, pela voz, pelo talento, por sua crença.  Os mais difíceis de lidar são aqueles que não demonstram seus sentimentos, que têm suas peculiaridades e que na maioria das vezes te conquistam pelo charme. Eles sempre te deixam sem saber em que lado acreditar, porque eles simplesmente não têm um lado para ficar. Eles são preto e branco, doce e amargo, mi maior e mi menor. Tudo ao mesmo tempo.
Mas, talvez por serem os mais difíceis de se lidar são os que tornam os momentos mais simples inesquecíveis. Eles não são cafajestes, não! Sabem muito bem lidar com a gente, com os nosso sentimentos e as nossas angústias. Eu sorrio só de lembrar. Eles fazem viver sem peso.
O problema é quando não se tem mais a presença de um garoto charmoso. Nem escovar os dentes é a mesma coisa. Saio atrasada, não arrumo o cabelo, pego a primeira roupa que encontra. São dos ares deles que sentimos falta.
Me esbarrei de volta com tantos outros caras. Charmosos, vozes maravilhosas, talentosos, fiéis, bons de papo. Mas cá entre nós, os charmosos sempre foram os meus preferidos.