Dentro de um ônibus

agosto 08, 2013



A primeira coisa que reparei nele foram seus olhos. Eles me encaram como se não houvesse nada ao redor, nada entre o caminho. Era 12:10 quando ele entrou dentro do ônibus. Caminho de sempre. Pessoas de sempre. Mas ele voltou. Tentei, mas não me contive. Fiquei encarando ele por um bom tempo do percurso. Queria seu sorriso. Queria seu olhar novamente. Queria ele.
Mas o problema é que não consigo me render. Não quero provocar as leis da física. Principalmente aquela de que "toda ação tem uma reação". Já fui magoada e não quero proporcionar esse sentimento em outras pessoas. Não quero magoar. Não quero. Dói, machuca e quebra. Destrói todos os sorrisos por um bom tempo. Não quero. Essa é umas das armaduras que criei ao longo do tempo. "Repelir aquilo que machuca você". Só não queria ser novamente a garota que está com o coração quebrado. Não queria tornar o meu mundo cinza, logo agora que ele está ficando colorindo.
E foi me perdendo em pensamentos, abrindo um sorriso e sonhando acordada que seus olhos me encaram novamente. Os olhos que não são bonitos, são muito mais, e só de me encararem faz criar asas nas borboletas que nem voavam mais. E foi nesse exato momento em que perdi meus conceitos. Que perdi minha armadura. E que, confesso, nem quero encontrar mais. Quero só sentir seu amor. Ver ele ao pôr-do-sol, sorrir mais, abraçar mais e deixar que aqueles olhos me encarem. Por quanto tempo? Por todo o tempo que for feliz. Quero encontrar seus olhos para sempre.

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