Nem controle remoto tem

agosto 23, 2013



Já era fim de tarde. Promessas já haviam sido feitos. Sorrisos já foram expostos. Mas nada fez com que a harmonia tivesse ido embora. Mas nada fez com que a música não tivesse presente.
Não que ela fosse uma garota pontual, mas nesse dia ela fez questão de chegar no horário marcado. Era pra um ensaio geral do seu primeiro show. Sobre seu primeiro show? Um história rapidinha: na academia em que ela fazia aulas de guitarra, todo final de ano rola um show, e nesse ano ela iria tocar. Ela já conhecia um garoto que ia estar la. Outras promessas. E ela até que gostava dele. Horário combinado, horário em que chegou. Lá havia salas, um corredor e bancos nele para a galera esperar para ensaiar. Esperar para encontrar o amor da sua vida, esperar para ter um beijo incrível, esperar para a energia transbordar. Enquanto esperava a sua vez, para ensaiar, a garota percebeu um olhar que não se desviava. Intimidador, misterioso e extremamente confuso. Sim, ela era a única garota que iria participar do show. Talvez fosse por isso. Ela saiu de lá alegre, feliz e saltitante. Encontrou a música, ficou embriagada com a sintonia. Encontrou também outras coisas. Um amor, um beijo, uma energia.
Quando chegou o dia do show o dono do olhar continuou firme. Eles conversaram, trocaram sorrisos, fizeram promessas.No fim da tarde.  Ele tocava guitarra, gostava dos clássicos e era tímido. O resto vocês já sabem, ou devem imaginar.
É claro que o momento marcou a garota. Marcou tanto que deu vontade de apertar o replay. Várias vezes, e ainda dá. O amor, o beijo e a energia vão ficar pra sempre na memória. Ela vai sentir algo parecido novamente quando relembrar com carinho dos cenários, mas não vai ser a mesma coisa. Nunca vai ser a mesma coisa. Afinal de contas, pro controle remoto da vida não tem replay. Na verdade, nem controle remoto tem.

*Foto: Tumblr.

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