Felizes aqueles que encontram a leveza no olhar

agosto 13, 2013



O olhar dele matou a garota. Fez, por um fração de segundo, os músculos pararem, as veias não pulsarem e o ar não entrar. Ela engoliu o espanto. O corpo, o coração e a alma congelaram. Vieram à tona. A lembrança, a memória e o sorriso de um outro garoto. O sorriso do outro garoto que sempre se negava a aparecer, mas, espontaneamente vinha quando ela sorria também. A memória de um outro garoto que pensou em conhecer, de um sorriso que pensou já ter visto,  de quando ele contou a ela toda a sua história, e de outra vez, quando ele deixou ela, no shopping, esperando a sua presença. A lembrança de quão otário esse outro garoto é.
Os olhares se cruzaram por um instante, que se demorou a passar, no meio da multidão. Se entreolharam, se lembraram, se magoaram. Olhares assim acontecem todo dia, toda hora, todo segundo. Pessoas que buscam o conforto que tinham com alguém que, provavelmente, quebrou seu coração. Corações quebrados tornam olhares pesados. A leveza que precisa se encontrar, tanto no olhar da garota, tanto quanto no olhar do garoto, tá dentro da gente, guardado a sete chaves. Sabe aquela história de "no fundo do coração". Então, está lá. E por ser no fundinho, o caminho é comprido, e muitas pessoas se perdem no meio. É simples, mas pede paciência. Felizes aqueles que encontram a leveza no olhar.
O primeiro passo, também é simples mas exige esforço. Amor próprio. E o amor próprio também leva ao respeito, a dignidade, a humanidade. Tem que encarar o mundo com outros pensamento, outras visões. Tem que saber se dar ao valor. Tem que saber bem o que estão fazendo com você. Saber que você jamais faria ou até mesmo desejaria alguém o que aconteceu. Deixar uma garota tão bonita plantada no shopping esperando um garoto que nem sequer valor a isso dá é covardia. E ela pode até ser bonita, mas não é idiota. Idiota é ele.

*Foto: Google.

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