Aprender a nadar

agosto 29, 2013



A gente demora pra perceber as coisas, mas percebe. Foi assim que eu perdi o encanto por ele. Eu não me lembro muito bem em que momento da minha vida isso aconteceu, para ser bem sincera, mas foi nos altos e baixos de movimentos de ações e coincidências. Eu precisava de alguém. Eu precisava dele, naquele momento, como quem precisa saber nadar quando está nas profundezas de um oceano. E falando em oceano, águas e profundezas, eu sempre adorei afogar. Afogar as mágoas em uma barra de chocolate quando nada fazia sentido. Afogar os sentimentos assistindo um seriado romântico, teimando em que o "cara da nossa vida" aparece no momento em que precisamos e de repente. Fácil. Não. Não é assim. Sinto-lhe dizer. Eu até pensei que era ele "o cara da minha vida", "a pessoa que ia me ensinar a nadar" ou o "dono da tal da inspiração". Não, não era. Era óbvio que não era.
A missão é conquistar as pessoas. E está aí umas das maiores dificuldades. Eu sou daquelas que não gosta de mostrar o melhor lado primeiro. Não sei qual o motivo, mas eu gosto de surpreender as pessoas em certo momento. Do tipo "o carinha vai ver o meu melhor no momento certo". Mas quem diz que a relação sobrevive até lá. Eu fico guardando a garota que somente eu conheço, pra mim. Sobre o meu melhor lado, ah, meu melhor lado, quando ele aparece ele fica pra valer. Não que ele não exista, ou que eu não exerça ele, mas eu preciso cativar e ser cativada.
A essa altura do campeonato, eu não esbarrei com alguém que cativou. Mas ainda estou procurando a pessoa que me ensine a nadar, porque já me afoguei demais. A água dentro do pulmão já está enchendo. Enchendo. Enchendo. E enchendo. E vai explodir. E eu preciso aprender a nadar. E quero nadar em cada oceano.

*Foto: Tumblr.

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