Carrie

Não acredito que pela época da qual esteja passando seja muito boa para escrever textos enormes e cheios de morais. Mas, se me conhecem bem, sabem que a melhor forma de me expressar é escrevendo. Eu não falo, eu escrevo. É por esses e tantos outros motivos que as pessoas não me entendem às vezes, eu deixo com que as coisas que quero transpareçam de um jeito não muito claro. E eu não posso culpar as pessoas, muito menos eu por ser assim, afinal, é o meu jeito.
É uma tarde de um domingo normal aqui em casa. Almoço em família, filmes na sala, ficar esperando o cara que você gosta ficar online no chat do facebook pra poder conversar com ele. Também estava esperando uma ligação, não de grande valia mas de certa importância. Confuso? Esses finais de semanas fizeram minha cabeça girar, do tipo que você nem sabe se o chão é realmente o lugar mais seguro para se pisar. Sou uma garota que se entrega as coisas de uma maneira muito intensa. Tem gente que admira, mas juro que isso é bastante confuso.
Falando em se entregar, isso também afeta a área amorosa da minha vida. Sou do tipo de garota que quando está com cara, está e pronto acabou. Não tem "e se", ou coisas chatas que nos impeçam de ficar juntos. O quer vier, tenho certeza que passaremos por cima, juntos. E muito desses caras que já convivi, digo sem medo que a maioria, tem muita dificuldade de lidar com esse meu argumento. Quando duas pessoas se gostam elas devem ficar juntas, ficando ou namorando. E ta aí, outra coisa que sinto que deixa os caras bem confusos. Como disse ali em cima, quando estou com cara, estou e pronto acabou. Não tem obstáculo no meio da nossa história. Parece meio cafona, mas acho que para criar algo com uma pessoa, eu tenho que gostar dela. E quando eu gosto de uma pessoa, é pelo o que ela é, e não pelo o que ela deseja ser. Gosto de olhares sinceros que se cruzam através de janelas, não ligo pra planos no futuro e adoro quando caras são sinceros comigo. Não ligo de ouvir um "não achei isso legal". Sou apaixonada pela sinceridade. Amo o cara pelo o que ele é, de verdade. Do tipo que corre atrás do ônibus por que não quer chegar atrasado no trabalho e que está juntando dinheiro para comprar seu carro pra não ter que passar por isso tão cedo.
Falei, falei, falei e não cheguei a essência da história. Foi assistindo a episódios da série The Carrie Diaries que percebi algo que certas pessoas não suportariam descobrir: nunca fui amada. Acho que de todos os caras que já me envolvi, eles me amavam por que tinham algo de mim que nunca tiveram. Um ligação no meio da noite só pra dar boa noite, chocolate enquanto estavam doentes quando quem deveria estar cuidando deles estavam no serviço garantindo o dinheiro para as roupas que eles tanto amavam comprar, e a sinceridade. Por que se quero a sinceridade, devo, no minimo plantá-la para depois colher. Poxa vida, tenho palhetas e guitarras espalhadas por todo o quarto, e poucos caras perceberam isso. Compro algumas maquiagens que pessoas acham desnecessárias. A minha estampa favorita é floral. Floral com fundo preto. Sou apaixonada por botas, sou mais apaixonada ainda pelo meu blog e ainda há gente nesse mundo que me acha fútil. Fútil por querer conhecer pessoas que gostem da mesma coisas que eu, que tenham o mesmo pensamento que eu. Já disse vários "eu te amo", já ouvi 1000 vezes mais. Mas sabe o que é engraçado? Eu tenho certeza que nunca fui amada, e isso nem dói. Pelo contrário, me faz sorrir e ficar cada vez mais feliz por todos os "o problema não é você, sou eu" que já disse. Por que, realmente, o problema é meu de ter acreditado que o amor era assim. E ele não é.

*Foto: The Carrie Diaries - Ep. 2x05.