Borboletas

julho 29, 2013


E eu tentei. De todas as formas. Esquecer ele não foi nada fácil. Procurei as amigas, liguei pra rádio, ouvi minha música favorita no máximo. Não adiantou. Ele estava impregnado no ar. Eu respirava e seu nome ia direto pro cérebro. Não passava pelo pulmão. Machucava. Era algo pesado. Me fez ter mais uns quilinhos enquanto via os números na balança.
É lógico que isso durou vários meses. É lógico que eu lembrei dele cada vez que passava em frente a algum shopping, quando havia alguma ocasião especial ou quando avistava uma ladeira. E é lógico que eu ficava triste.
Não era uma tristeza comum, era um buraco onde antes havia um coração. Um coração que batia por ele. E para ser um pouco mais clara, eu me sentia triste todos os dias. Toda hora. Tentava bater records (que eu mesma criei) de "estou a tantos dias sem pensar nele". É claro que esse record eu não bati. Mas bati outros, como daquela vez em que estava assistindo um seriado com alguns amigos e logo que cheguei em casa fui para a cama. Chorei. Dormi chorando e acordei chorando. Era como se nada mais fizesse sentindo. Nada mais colaborava para ter algum sentindo. Perdi algumas noções, algumas fronhas e alguma quantidade de água que existia no meu corpo.
A parte mais difícil de um término de um relacionamento (relacionamento do qual realmente vale a pena, dos quais vocês se apaixona e todo aquele blá blá blá) é quando você se cansa de ficar no quarto e resolve mostrar para sociedade a nova garota que há dentro de você. Você pode estar maquiada, cheirosa e usando sua melhor roupa, mas tudo, absolutamente tudo desmorona quando você passa por um lugar que os dois frequentavam, sem ele. Ou quando você encontra os amigos deles. Ou quando você conhece um carinha novo, bonitinho, mas que não vale nem um beijo.
Dentre todas as borboletas que já senti no estômago, aquelas ele trouxe pra mim foram as mais difíceis de deixar voar para fora. Mas eu resolvi que já estava na hora e que quem terminou foi eu, e tinha um motivo para isso. Amor próprio. Nenhum cara vai tirar isso de mim. As borboletas saíram pela boca. Foram lentas, mas foram. Admito que tentei pegar algumas no ar e colocar no lugar onde eu achava que elas deveriam estar: no meu estômago novamente. Mas já era tarde. A decisão já havia sido tomada. Agora era eu, apenas eu, sem ele.

*Foto: Tumblr.

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